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Star Wars Os Últimos Jedi – Crítica

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Um filme cheio de reviravoltas, ação e cenas memoráveis

fonte: https://metrouk2.files.wordpress.com

Desde O Despertar da Força, lançado há longínquos dois anos (!), não havia um só fã da saga Star Wars que não estivesse ansioso com o futuro da franquia. O filme, dirigido por J.J Abrams (que voltará para dirigir o Episódio 9), dividiu opiniões, mas no geral serviu como reaquecimento de uma saga que antes estava estagnada a séries animadas, livros e games. A nova trilogia deu um novo gás à saga Skywalker, com novos personagens, um novo vilão, e novos mistérios. E neste segundo filme, muitos desses mistérios prometiam serem resolvidos. E é curioso como o filme parte do exato ponto onde o anterior parou, com Rey entregando o sabre de luz a um envelhecido, porém austero Luke Skywalker, agora isolado em um refúgio longe do universo.

fonte: https://i0.wp.com

Uma coisa a ser observada também é: este é o filme com mais reviravoltas na saga até agora. Desde O Império Contra Ataca não via tantas surpresas, e algumas, mesmo que demorem, com certeza compensam e fazem sua cabeça explodir. O fio principal, na verdade, acompanha os rebeldes em sua fuga da nave do Supremo Líder Snoke, que deseja tanto acabar com eles quanto cooptar a jovem Rey como nova aprendiz. E esta fuga dura praticamente todo o filme, o que pode causar estranheza no começo, mas nunca cansa. As viradas que a narrativa nos traz são tantas e tão bem executadas (e no momento certo), de forma que a situação mostrada no começo inverte-se totalmente no final. Ainda que esta seja mais uma guerra entre Primeira Ordem e Resistência, o roteiro genial manipula o espectador de forma a prender nossa atenção do começo ao fim. E falando dos rebeldes, temos excelentes arcos envolvendo Poe Dameron (Oscar Isaacs), Finn (John Boyega) e novos protagonistas, que assumem uma importância notória durante o filme. Todas as batalhas, as fugas, cada cena é precisamente medida, e é impossível não sentir o espirito original do Star Wars clássico ali. Muitas cenas são dignas de serem aplaudidas de pé, e tenho certeza que isso contibuiu, e muito, para a decisão de dar uma nova trilogia nas mãos do diretor Rian Jhonson.

fonte: http://m2.odeon.co.uk

Tratando-se de Star Wars, é de praxe que o segundo filme da trilogia seja mais denso e sombrio – e o tom aqui realmente traz um clima mais pesado, diferenciando-se do espetáculo mostrado no Episódio VII – apesar de ainda haver o elemento humorístico e a aventura, onipresentes na saga (e pode acreditar, neste filme eles estão muito presentes), este filme evolui muito, com relação à narrativa e à historia dos personagens, em relação ao último. O Despertar da Força termina com ambos – heróis e vilões – indecisos quanto ao seu papel na trama, e deixa o futuro da saga nas mãos de seus protagonistas clássicos. Com a ausência de Han Solo, restam aos irmãos Skywalker conduzirem o fio principal. E o filme foca bastante na tríade Luke (Mark Hammil), Leia (Carrie Fisher, em sua última interpretação) e Rey (Daisy Ridley, ótima) – porém há um destaque ainda maior no personagem Kylo Ren (Adam Driver), e se aprofunda mais no estranho conflito que caracteriza o “novo Vader” da saga. É interessante acompanhar a evolução da relação entre o vilão e Rey, intercalando momentos de antagonismo com afeição (!). É graças a essa relação que a sequencia do treinamento Jedi de Rey torna-se muito interessante.

“É agora ou nunca”

fonte: https://cdn.vox-cdn.com

Esta frase, sem duvida a mais falada no filme, sintetiza tudo que o filme devia ser. Afinal, Os Últimos Jedi veio para consolidar a nova trilogia, e provar aos fãs mais puristas que sim, a força estava presente nesta nova saga. E aí temos, após todo o arco principal (perseguição aos rebeldes, treinamento da Rey e a operação secreta de Poe e seus aliados), mais um momento genial onde o filme amarra todas as subtramas em uma só, e admito que da metade do filme pro final é impossível não se empolgar. Ali, temos momentos que sempre quisemos ver, enquanto fãs e cinéfilos de plantão – e são sequencias arrasadoras, que fazem você pensar “uau!”- estranho como não víamos momentos assim no cinema, nem mesmo nos diversos filmes de heróis que tivemos ao longo do ano (apenas Logan chegou perto de ser inesquecível) – momentos que apenas Star Wars pode trazer, e se prepare, pois como já disse esse é o filme das reviravoltas e viradas de cena, e o final reserva sem dúvida as melhores de toda a saga, arrisco dizer. Luke, Leia, Rey, os rebeldes e a Primeira Ordem, todos convergem para uma grandiosa cena, mais uma vez muito bem elaborada, que afinal coloca cada personagem em seu devido lugar, e encerra com maestria um ciclo iniciado há mais de 40 anos, quando vemos o então fazendeiro Luke Skywalker deixar Tatooine a bordo da Millenium Falcon.

fonte: https://pmcvariety.files.wordpress.com

Os últimos Jedi é aquele filme que te faz sair do cinema vidrado, um filme sagaz e atrativo tanto aos novos quanto aos velhos fãs, e sem dúvida uma das melhores produções do ano. Muito ainda se falará sobre este filme nos anos seguintes. Mesmo que venham spin-offs excelentes como Rogue One, a expectativa para o encerramento da trilogia é alto, e deve-se tudo isso ao conjunto da obra. Direção, roteiro, atuações, tudo contribuiu para construir um filme inesquecivel, que certamente tambem dividirá os fãs, mas que para mim, que cresci assistindo à ópera espacial de George Lucas, foi uma grata surpresa para fechar 2017 com chave de ouro, e prova irrefutavel de que Star Wars é e continuará viva nos cinemas, e que venham mais filmes como este – filmes que saibam como prender o espectador do começo ao fim, que você não deseja que acabe, e, mesmo com suas duas horas e meia de duração, fazem você ficar com gostinho de quero mais – pois esta é a verdadeira magia da sétima arte.

Que a força esteja com vocês.

Rafael Danesin foi mestre Jedi por 800 anos e agora vive isolado em uma ilha escrevendo críticas de cinema e séries.

 


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